A ANDIFES representa as Universidades Federais e suas lutas, não apenas pessoas que ocupam cargos.
A DIRETORIA da ADUFRGS-Sindical recebeu novamente através da imprensa a notícia de mais uma decisão da atual administração que ocupa a Reitoria da UFRGS, que foi a de se retirar, junto com mais outros 4 administradores de universidades federais, da ANDIFES, entidade de direito privado que representa todas as Universidades Públicas, a partir de seus dirigentes máximos, conforme consta nos estatutos da Associação Nacional dos Dirigentes da Instituições Federais de Ensino Superior.
A ANDIFES foi criada em 1989 como representante oficial das Universidades Federais para fazer a interlocução com o governo federal, com os sindicatos de professores e de técnicos-administrativos, com a UNE e com a sociedade em geral.
Cabe lembrar que a ANDIFES foi criada, pois o Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, pela proliferação de universidades particulares e estaduais, já não conseguia mais representar as necessidades das Universidades Federais, constando na sua ata de fundação que se constituirá respeitando a mais absoluta liberdade de cada Universidade, para coordenar a luta da Universidade brasileira por sua autonomia, por sua transformação, pela melhoria de sua qualidade e ampliação de seu compromisso com a produção do saber de nível superior, necessário a sociedade brasileira.
Nestes mais de 30 anos de atividades, a ANDIFES se consolidou numa entidade representativa e reconhecida por todos os governos e movimentos como a representante das Universidades Públicas, liderando a defesa do orçamento destas que constantemente sofreram ameaças de corte.
A ANDIFES representa as Universidades Federais e suas lutas, não apenas pessoas que ocupam cargos.
Nesta declaração de desligamento, junto com um pequeno grupo de 5 outros ocupantes de gestões, a única justificativa apresentada, foi o possível tratamento recebido, pelos não escolhidos pelas suas comunidades, dado pelo Presidente da ANDIFES.
Ao consolidarem um bloco de amigos do Bolsonaro e não da comunidade universitária, procuram partidarizar a ANDIFES, tentando impor a ela uma situação que vai contra os seus princípios, que é o da defesa da AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA, ou seja, o incômodo não está no tratamento dado, mas sim no fato de que estes compartilham da ideia dos que não entenderam o que está escrito na Constituição Federal, apresentando a típica situação onde os agressores são transformados em vítimas.
Neste sentido, e entendendo que a ANDIFES representa a luta das Universidades Federais, a ADUFRGS avalia que a saída da atual administração da UFRGS da ANDIFES, sem pelo menos submeter esta decisão ao real órgão de decisão da UFRGS, o CONSUN, demonstra novamente a visão autoritária de administração por parte da atual gestão, além de fragilizar a entidade máxima de representação de nossas Universidades Federais, fragilizando a luta pela AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA e de condições mínimas para o seu funcionamento.
A ADUFRGS vem publicamente defender que o CONSUN discuta e delibere soberanamente sobre a participação da UFRGS na ANDIFES.
DIRETORIA – ADUFRGS/SINDICAL